O mercado internacional da soja segue operando em alta na tarde desta segunda-feira (22) na Bolsa de Chicago. Segundo explicam analistas, os futuros da oleaginosa acompanham uma retomada – mesmo que pontual das commodities – e de um sentimento mais positivo do mercado financeiro mundial neste início de semana, com ganhos sendo registrados ainda entre as ações chinesas e o petróleo, que sobe mais de 5% em Nova York.
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Entretanto, ainda de acordo com os analistas, o movimento é frágil e lhe falta consistência para continuar. Com ganhos que superavam os 7 pontos mais cedo, as posições mais negociadas, por volta de 12h20 (horário de Brasília), subiam pouco mais de 3 pontos, com o maio/16, referência para a safra brasileira, cotado a US% 8,84 por bushel.
Afinal, a volatilidade entre os principais produtos negociados é elevada, dada as incertezas que o futuro da economia mundial ainda carrega e os fundamentos específicos do mercado da soja já são conhecidos e já foram intensamente absorvidos e precificados pelos analistas.
A primeira sessão da semana foi bastante positiva ainda para as ações chinesas, que fecharam a sessão desta segunda-feira com altas de mais de 2%, registrando suas máximas em quatro semanas. “Os investidores comemoraram a decisão de Pequim de substituir o chefe do principal regulador de valores mobiliários e sinalizar que o governo está aumentando seus esforços de estímulos econômicos”, informou a agência de notícias Reuters.
Os traders internacionais acompanham ainda a conclusão da safra da América do Sul, na medida em que acompanha as primeiras especulações da temporada dos Estados Unidos, já que entre os dias 25 e 26 de fevereiro, próximas quinta e sexta-feira, acontece o USDA Agricultural Outlook Forum que traz as primeiras projeções oficiais para a campanha 2016/17.
Ainda nesta segunda chegaram os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre os embarques semanais de grãos e que ficaram acima das expectativas do mercado, também dando suporte às cotações na CBOT.
Na semana encerrada em 18 de fevereiro, os EUA embarcaram 1.531,401 milhão de toneladas de soja, contra 1.760,174 milhão da semana anterior. E apesar do recuo semanal, o volume ficou acima do intervalo esperado de 1,1 milhão e 1,4 milhão de toneladas. No acumulado do ano comercial, o total já embarcado pelo país soma 37.407,597 milhões de toneladas da oleaginosa, contra 41.271,946 milhões do mesmo período do ano anterior.
Mercado Nacional
No Brasil, os preços da soja praticados nos portos acompanham a baixa de quase 2% do dólar hoje. Por volta de 12h50 (horário de Brasília), a moeda norte-americana vinha recuando 1,82% frente ao real e valia R$ 3,95 diante desse bom humor do mercado financeiro global e de uma retomada nos preços do petróleo.
Assim, a soja disponível perdia 1,36% no terminal de Rio Grande, sendo cotada a R$ 80,00 por saca, enquanto a da nova safra, entrega junho/16, tinha recuo de 2,04% para R$ 81,00.
“A semana começa com um tom favorável nos mercados internacionais. Resta saber se vai durar, porque o mercado tem estado muito volátil nas últimas semanas”, disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa à agência de notícias Reuters sobre o mercado financeiro e o andamento do dólar.
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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas